Começaste o teu negócio, continuas rodeado por família e amigos, mas sentes-te mais sozinho do que nunca?
O caminho do empreendedorismo é, na maioria das vezes, um caminho solitário em que te podes questionar se realmente deves continuar
Tinha iniciado o meu negócio à mais ou menos 6 meses, quando numa noite, estava num jantar de família, partilhei à mesa o que andava a fazer e o meu tio disse: “A Ana qualquer dia anda de porta em porta a levar as pessoas para a seita”.
Para a seita?? Era assim que viam o meu negócio!
Eu querer ajudar pessoas a definirem objetivos, melhorarem a sua comunicação, a sua autoconfiança e encontrarem as suas paixões era algo comparável a uma SEITA…
Naquele momento senti que tinha deixado de ser o orgulho da família! A primeira licenciada da família, a jornalista, agora tinha abandonado tudo para se tornar o quê? Uma Coach? Mentora?! De quê? Ninguém sequer conseguia entender ao certo o que eu fazia.
Se ao início eu ainda me dava ao trabalho de explicar detalhadamente no que consistia o meu trabalho, com o passar do tempo fui deixando de fazer isso porque senti que não valia a pena.
Sentir que estamos a viver o nosso propósito, pode parecer uma ideia maravilhosa, mas a verdade é que esta utopia está longe da realidade no que toca ao empreendedorismo, principalmente nos desafiantes primeiros tempos.
Sinceramente, quem vende estas ideias só deve conhecer o empreendedorismo dos livros porque além de todos os desafios que o dia-a-dia de ser empreendedor nos traz, como o viver na corda bamba sem saber quanto é que vamos ganhar naquele mês, o lidar com todos os medos que atacam a nossa mente em força ainda temos de lidar com os ditos não empreendedores à nossa volta!
Este foi um dos meus maiores desafios no início. Quando tu começas a ouvir no exterior vozes que, de alguma forma, também estão presentes na tua mente, aquilo que começa a acontecer é que aquelas vozes amplificam uma série de medos que já tens dentro de ti!
No início incomodava-me imenso e tentava mudar as opiniões alheias, mas o facto de estar a fazer uma coisa numa área que realmente era a minha paixão deu-me as forças necessárias para continuar e por isso é que defendo que devemos ser realmente apaixonados pelo nosso negócio.
Com o tempo fui refletindo porque tinha deixado todas aquelas opiniões mexerem tanto comigo. Porque é que a opinião dos outros me afetava?
Não te digo para não respeitares as opiniões alheias, ou para não ouvires aquilo que a tua família te diz mas a verdade é que ela só te quer proteger e, por não compreenderem e não verem resultados, vão tentar mostrar-te a sua preocupação, não por não acreditarem em ti, mas porque se preocupam com a tua estabilidade.
Quando comecei a sentir-me cada vez mais sozinha e a sentir que não podia partilhar os meu pensamentos com ninguém porque não me iriam compreender, comecei a refugiar-me em formações. Todos os fins-de-semana eu tinha uma formação e era como se fosse o meu balão de oxigénio, porque na realidade eu estava à procura de uma comunidade com a qual eu me identificasse e com a qual eu pudesse partilhar tudo o que andava a sentir.
E a realidade é essa, empreender um negócio é solitário. Sim! Mas tu não precisas de estar sozinho. Procura comunidades que partilham os mesmos problemas, as frustrações e inseguranças que vêm com tudo o que é ser empreendedor.
Nós não podemos esperar a aprovação dos que nos rodeiam, porque essa só vem com os resultados e, sinceramente, quando realmente chega tu já estás tão feliz com o que conseguiste que, apesar de saber bem, não é o mais importante, portanto o segredo é que tenhas PACIÊNCIA! Que te mantenhas no teu caminho e esperes, porque eventualmente toda a aprovação chegará, mas a primeira e a mais importante é a tua aprovação por ti próprio e pelo que estás a fazer.
Por isso tento criar isso para os meus alunos, crio comunidades em que eles podem conversar e partilhar experiências, para que não se sintam sozinhos. A atitude que adotei quando ninguém me compreendia foi a de mudar a perspetiva dos outros com os meus resultados e a de exercer INFLUÊNCIA. Nunca te esqueças que podes fazer o mesmo e, eventualmente, as pessoas vão começar a chegar a ti sem que tu faças nada para isso, e é uma sensação maravilhosa a de criar impacto nos outros.
Hoje em dia existem várias opções onde podes encontrar empreendedores que entendam os teus desafios – Grupos de Facebook, Cursos, eventos de Networking, etc. Muitos das minhas amizades de hoje eu criei-as assim, por não me conformar em estar sozinha e ter a iniciativa de criar conexões.
E se quero que tires algo da minha experiência é que saibas que é normal sentires-te sozinho, não há um empreendedor que eu conheça que tenha feito um caminho “cor-de-rosa”, há dificuldades e por isso é que não é para todos este caminho. Mas também quero que saibas que manteres-te sozinho é uma escolha, que podes muito bem escolher procurar a tua tribo.
Partilha comigo os teus comentários e conta-me o que vais fazer para te rodeares de pessoas que falem a mesma “linguagem” do que tu.
Beijinhos e abraços inspiradores ❤️